quinta-feira, 21 de agosto de 2014

CONVOCATÓRIA

Convite importantíssmo. 
Audiência Pública sobre o meio ambiente, às 19h no auditório da UEG Cidade de Goiás.
Debateremos sobre a articulação e criação do Conselho Municipal do Meio Ambiente, a importância de agregar forças, somar, apontar. Já fazem dois anos que não foi implementado, e as demandas da cidade de Goiá acerca do meio ambiente só aumentam. Venha participar e juntos e juntas buscaremos soluções!
Gritemos juntxs por uma articulação da PEC 504/2010.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Oficina Sobre Direitos Sociais do Campo

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO (LATU SENSU)
DIREITOS SOCIAIS DO CAMPO – RESIDENCIA AGRARIA.



Oficina Sobre Direitos Sociais do Campo
O Curso de Pós –Graduação em Direitos Sociais do Campo- Residência Agrária (UFG), em parceria com Estudantes do Curso de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), turma do Pronera, realizaram na manhã do dia 5 de julho de 2014, em Cuiabá /MT, uma oficina sobre Direitos Sociais do Campo. O objetivo da atividade foi desenvolver um debate a cerca dos direitos sociais e como facilitar a compreensão das pessoas assentadas e acampadas sobre tais direitos. A atividade foi à primeira iniciativa do grupo para a construção conjunta de um processo de formação e orientação relacionadas aos direitos sociais aos quais os camponeses tem direitos.
Contamos com a participação de estudantes/ militantes sociais ligados às áreas do Direito (Universidade Federal de Goiás), Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Militantes da RENAP, Movimentos Urbanos (RECID), Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e MST.
Na atual conjuntura os camponeses em nosso país se veem excluídos do acesso aos seus direitos mais elementares. A ideia que mobilizou a organização desta atividade é propiciar que os camponeses e camponesas, tenham acesso a formação e informação sobre os direitos sociais aos quais eles têm direitos, pois esses direitos ficam na prática muito distante da realidade dos trabalhadores do campo e isso é um dos maiores limitadores para que homens, mulheres, jovens, idosos e crianças, possam exercer sua cidadania plena e possam reivindicar com mais eficiência seus direitos, que há muito tempo foram conquistados pela luta da classe trabalhadora e compõem um rol de direitos e garantias que estão previstos na Constituição Federal e são instrumentos de diversas politicas públicas do Estado, como direito a terra, a saúde, educação, previdência e outros.
A oficina sobre Direitos Sociais do Campo teve como objetivo principal a elaboração de cartilhas. O material produzido será um instrumento didático e metodológico de formação e informação da base e para a base acampada e assentada nas comunidades rurais ligadas ao MST, e terá a função de informar sobre os direitos sociais aos quais todos os cidadãos têm direitos e o estado, por meio de seus diversos órgãos, tem o dever legal de garanti-los a toda a população. Para que a sociedade possa lutar e defender seus direitos, a mesma deve ter conhecimentos de como reivindicá-los e para tanto, aqui discutiremos os principais elementos que possibilitem de uma forma simples e pedagógica, como esses direitos podem ser defendidos e reivindicados por cada um e por todos os sujeitos envolvidos neste processo.
O material elaborado será voltado à realidade histórica da luta dos trabalhadores que vivem nos assentamentos e acampamentos, para tanto sua elaboração será discutida e construída com os camaradas envolvidos nos processos, estaremos realizando as oficinas no assentamento 12 de outubro, região Norte do Estado de Mato Grosso, nos dias 28 e 29 de agosto duas das quatro oficinas, para discutir o conteúdo proposto para as cartilhas, às outras duas estão previstas para acontecerem no final do mês de setembro, ainda não tem uma data especifica. Os conteúdos que serão trabalhados nas oficinas e cartilhas estarão vinculados a um debate político ideológico e prático, que envolvam a luta e organização dos camponeses e camponesas.

Segue a proposta dos conteúdos das cartilhas:
I Volume: Direito e Justiça; II Volume: Agronegócio e Reforma Agrária Popular; III Volume: A Juventude e as Politicas Nacionais para os Jovens; IV Volume: Mulheres e Gênero.
Cronograma das atividades propostas:
As atividades serão desenvolvidas até fim do ano de 2014, e no inicio de 2015 as cartilhas serão utilizadas no processo de formação das bases dos acampamentos e assentamentos, tendo como proposta de organização do material a seguinte: As oficinas serão realizadas no mês de agosto, cartilha um I e II e setembro, cartilha III e IV. No mês de novembro será realizado o processo de sistematização e elaboração do material, e o prazo para publicação está previsto para o mês de dezembro.

A metodologia que será utilizada para realização do trabalho envolve a atuação de grupos facilitadores que irão realizar o debate com as pessoas participantes do processo, após a explanação dos conteúdos, serão realizados debates, onde os camaradas que estão participando da oficina vão contribuir a partir de suas experiências com o debate e trarão para o grupo suas compreensões a cerca do tema e quais suas limitações quando procuram a cessar seus direitos. Todo o processo será sistematizado para que, após cada oficina, tenhamos um diagnóstico das questões debatidas e tenhamos subsídios para a confecção das cartilhas, que perpassarão pelo estudo da realidade, teorias a cercas dos temas, as legislações pertinentes, em cada caso, bem como a reflexão da equipe de elaboração do material, que acompanhará todo o processo das oficinas.



Rosangela Rodrigues da Silva

sábado, 26 de julho de 2014

Segunda Jornada Universitária - Reforma Agrária

Alunxs, professorxs e coordenadoria da Pós- Graduação em Direitos Sociais do Campo, juntamente com os monitorxs da Pós e do Projeto EIRA (Estágio Interdisciplinar de Residência Agrária), durante o Tempo Escola, se reúnem para mais uma Jornada Universitária, na busca pela integração entre comunidade e universidade. Assentados e filhos de assentados, muitos deles alunos da Pós- Graduação, falaram sobre suas realidades nos acampamentos e assentamentos e sobre a Reforma Agrária no Estado de Goiás. Nessa manhã de conversas, lições de vida e transmissão de conhecimentos e saberes, foram deixadas mensagens importantes sobre o valor e o poder da resistência e da luta, seja ela do camponês, do quilombola, do índio, do homem, da mulher, do negro, do branco.. Dia de reconher a luta em suas diferentes formas e de agradecer a todos aqueles que contribuem com ela, dando seu suor e seu sangue por um mundo mais justo.









segunda-feira, 21 de julho de 2014

Começou o Tempo Escola 3

Começou o Tempo Escola 3!!


Caminho que a gente é,
caminho que a gente faz:
Para viver,
Para andar;
para outros caminheiros se ajuntar.
Caminho para os parados se animar.
Para os perdidos, de novo achar.
Para os mortos não faltar!
 
Dom Pedro Casaldáliga
 









































 
 

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Novos e velhos conhecidos se encontram na luta de classes amazônica - Por Márcio Zonta, Da página do MST

http://www.mst.org.br/node/16211

Novos e velhos conhecidos se encontram na luta de classes amazônica

11 de junho de 2014

Por Márcio Zonta
Da Página do MST


“Só nos sobra rato e mau cheiro na periferia de Marabá”, a frase do jovem Maciel Silveira explicita o descontentamento e as condições do que é viver às margens da cidade economicamente mais importante do sul e sudeste paraense.

Porém, tal sofrimento por viver precariamente na cidade, pode estar cessando. Junto a outros três jovens embarcou na manhã do último domingo (8) num dos ônibus de uma caravana, que levaria mais de mil famílias para a ocupação de duas fazendas no sudeste do Pará.

“Aqui vou botar roça, montar meu barraco, ajudar minha família, conquistar a terra, progredir!”, diz ao romper sua primeira cerca num dos maiores latifúndios do estado.

As famílias que adentraram a terra são oriundas das principais periferias de Marabá. Maciel, por exemplo, vem de um bairro distante do centro urbano, chamado Morada Nova.

“Só tive trabalho ruim, acho que até escravo já fui. Trabalhei em carvoaria clandestina, que tinha que se esconder quando a fiscalização aparecia. Já trabalhei em frigorífico, o pior de todos e, até em fazenda roçando pasto e cuidando de gado”, conta amargamente.

Antigos inimigos

O Maciel passará a perceber agora, com sua primeira ocupação de terra, é que a luta de classes na Amazônia sempre coloca frente a frente velhos e novos conhecidos.

A fazenda Santa Tereza é uma transição histórica, servindo de propriedade aos diferentes compadres latifundiários do Pará. Seu primeiro grileiro são os temidos Mutran, antes donos das terras que margeiam a pista de Marabá a Eldorado de Carajás, mais de 150 km pela PA 155.

Após devastar o maior polígono de castanhas da história do Pará, a família teve sua hegemonia quebrada por diversos fatores, entre eles as ocupações do MST em suas terras, como as fazendas Peruana e Cabaceiras, em Eldorado dos Carajás e Marabá, respectivamente.

Do mais, conforme a oligarquia dos Mutran foram perdendo força, as terras foram repassadas ao grupo Santa Bárbara, do banqueiro Daniel Dantas, e também para Rafael Saldanha de Camargo, como no caso da Fazenda Santa Tereza.

Daniel Dantas já é conhecido por uma extensa ficha criminal e investigações PR parte da Polícia Federal. Já Rafael Saldanha de Camargo não é tão famoso assim. “Dono de metade de Parauapebas” como costuma dizer o senso comum local, é um dos principais empresários da região.

É proprietário da Construtora e Incorporadora Nova Carajás, responsável por levantar condomínios fechados da noite para o dia na segregada Parauapebas. Só nos últimos anos lançou mais de 20 mil unidades comerciais e residenciais.

Apenas num leilão de lotes de terras da gigantesca Fazenda Primavera, em Parauapebas, faturou R$ 2 milhões. Outro empresário renomado da região, Júnior Branco, dono da White Tratores lhe fez elogios à época num jornal de Parauapebas e revelou um de seus sócios. “O Rafael Saldanha está de parabéns pela qualidade da exposição, isto justifica a parceria da fazenda Primavera com o renomado Joaquim Roriz”, disse o amigo.

Rafael Saldanha é cúmplice de Joaquim Roriz, ex-governador do Distrito Federal. O mesmo que anos atrás foi denunciado pelo Ministério Público do Distrito Federal como chefe de esquema de corrupção no Banco de Brasília (BRB).

Na ação, os promotores do Núcleo de Combate às Organizações Criminosas (Ncoc) sustentam que o grupo político de Roriz utilizou o BRB para desviar recursos de contratos públicos, lavagem de dinheiro e para atender a interesses privados.

Para o Ministério Público, os crimes de peculato e dispensa ilegal de licitação seguiam a uma determinação superior, de Roriz.

Assassino

Entretanto, os Sem Terra no Pará costumam dizer que “quem bate sempre esquece, mas quem apanha não”. Dessa forma, o MST do Pará não esqueceu que Rafael Saldanha de Camargo é réu na ação penal pela morte de Onalício Araújo Barros (Fusquina) e Valentim Silva Serra (Doutor), assassinados em 26 de março de 1998 pela articulação do grupo de fazendeiros ao qual Saldanha faz parte.

A juíza de Parauapebas, Maria Vitória Torres do Carmo, decretou após as primeiras investigações do assassinato a prisão provisória dos fazendeiros Rafael Saldanha do Camargo e Geraldo Teotônio Jota, o "Capota", acusados de cúmplices nos assassinatos dos dois líderes do MST.

Porém, o Estado do Pará nunca cumpriu a determinação, e a ação penal contra os fazendeiros está prestes a prescrever.

“A morte de Fusquinha e Doutor será vingada com a Reforma Agrária no Pará”, afirmam diversos dirigentes históricos do Movimento, como Jorge Néri.

Cosipar

Se o MST frequentemente encontra com aqueles que tentam ser seus algozes pelas esquinas amazônicas, Maciel encontrou com um de seus carrascos no passado nesse domingo, ao fazer seu barraco de lona na Fazenda da Companhia Siderúrgica do Pará (Cosipar), uma extensão de 10 mil hectares de terras altamente desmatada e abandonada com plantação de eucaliptos.

Antes de ser fechada, A Cosipar, segundo a pesquisa e a apuração do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), usava carvão advindo da devastação ambiental e do trabalho escravo, explorados em carvoarias clandestinas de Marabá e Ipixuna do Pará.

Pelos cálculos do órgão, nos últimos quatro anos as siderúrgicas foram responsáveis pela destruição de 27,3 mil hectares de floresta Amazônica. Foram responsabilizadas a Sidepar, a Cosipar e a Siderúrgica Ibérica.

“As siderúrgicas fomentam o desmatamento da floresta amazônica em todo o sul e sudeste paraense para obter o carvão que precisam, acobertando essa origem irregular com Guias Florestais fraudadas", afirma o chefe da Divisão de Fiscalização do Ibama em Marabá, Luciano da Silva, que coordenou a operação Saldo Negro, responsável por desvendar o esquema.

O jornalista Marques Casara diz que o problema é conhecido desde 2004, quando publicou o primeiro estudo sobre o trabalho escravo no Pará. Em 2011, o jornalista voltou a realizar novas investigações na região, lançando o livro "O Aço da Devastação", publicada em junho de 2011 pela revista do Observatório Social.

Na oportunidade, detectou que a mineradora Vale estava envolvida no esquema. "O fiel da balança é a Vale S/A, que assinou um acordo com o Ministério do Meio Ambiente em 2009, anunciando que não forneceria mais minério de ferro para essas siderúrgicas. O acordo não está sendo cumprido", afirma.

A história volta a confrontar as classes: a Vale, que abastecia a cadeia de produção de aço que tinha a Cosipar como cliente, que por sua vez explorava o trabalho escravo de Maciel, é quem financiou um dos maiores genocídios de camponeses no Pará, o Massacre de Eldorado de Carajás, em abril de 1996.

Maciel, agora do MST, tem a possibilidade de reconhecer sua classe, bem como lutar com ela e por ela. Na primeira noite no acampamento já sentiu que a tarefa será árdua, quando da movimentação de pistoleiros por toda madrugada ameaçando as famílias.

Porém, um acampamento que nasce com o nome de Hugo Chávez tem tudo para perpetuar.

I SEMINÁRIO NACIONAL: AGROTÓXICOS, IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS E DIREITOS HUMANOS III Seminário Goiano : Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida de 25 a 28 de junho de 2014 / UEG - Universidade Estadual de Goiás/Campus de Goiás


I SEMINÁRIO NACIONAL:
AGROTÓXICOS, IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS E DIREITOS HUMANOS

III Seminário Goiano
Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida
25 a 28 de junho de 2014

Cidade de Goiás-GO
UEG - Universidade Estadual de Goiás/Campus de Goiás

PROGRAMAÇÃO DO EVENTO

25/06/2014 (Quarta-Feira)
19:00 às 20:00 horas: Apresentação Cultural e Abertura Oficial do Evento
20:00 às 22:00 horas: Conferência de Abertura
Prof. Dr. Victor Manoel Pelaez Alvarez (UFPR)

26/06/2014 (Quinta-Feira)
9:00 às 17:00 horas: Espaços de Diálogo (ED)
ED 1: Agronegócio e Agrotóxicos: entre o Marco Legal e os Direitos Humanos
ED 2: Agrotóxicos e Impactos Socioambientais
ED 3: Soberania Alimentar, Saúde e Agrotóxicos
ED 4: Agroecologia, Educação do Campo e Resistência Popular aos Agrotóxicos
19:00 às 22:00 horas: Mesa Redonda 1 – Agrotóxicos, Impactos Socioambientais e Saúde
Prof. Dr. Wanderlei Antônio Pignati (UFMT)
Prof. Dr. José Maria Gusman Ferraz (UFSCAR)
Representante do Ministério da Saúde (ANVISA)
Representante do IBAMA (MMA)
Luiz Zarref (Via Campesina)

27/06/2014 (Sexta-Feira)
9:00 às 17:00 horas: Grupo de Trabalho 1: “Agrotóxicos, Impactos Socioambientais e Saúde”
19:00 às 22:00 horas: Mesa Redonda 2 – Agrotóxicos: entre o marco legal e os direitos humanos
Dr. Saint Clair Honorato Santos (Promotor de Justiça – Paraná - PR)
Dr. João Paulo do Vale Medeiros (Advogado/Mossoró-RN)
Dra. Margaret Matos de Carvalho (Procuradora Regional do Trabalho – Paraná-PR)
Marciano Toledo da Silva (Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida)

28/06/2014 (Sábado)
9:00 às 17:00 horas: Grupo de Trabalho 2: “Agrotóxicos - entre o Marco Legal e os Direitos Humanos”
19:00 às 22:00 horas: Lançamento Filme “O Veneno Está na Mesa II” e Debate com o Cineasta e diretor Silvio Tendler (Os Anos JK – Uma trajetória política (1980), O Mundo Mágico dos Trapalhões (1981), Jango (1984), Castro Alves – Retrato Falado do Poeta (1998), Milton Santos, pensador do Brasil (2001), Utopia e Barbárie (2009), Tancredo, A Travessia (2011), Os Advogados contra a Ditadura (2014), Militares da Democracia (2014), entre outros).



terça-feira, 3 de junho de 2014

Grupo de Estudo e Linha de Pesquisa sobre a Questão Indígena


A Pós- Graduação em Direitos Sociais do Campo - UFG - Campus Cidade de Goiás convida toda a comunidade para participar do Grupo de Estudo e Linha de Pesquisa sobre a Questão Indígena.

Data: 10/06/2014
Local: Igreja do Rosário
Horário: 17:00 h 

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Ciclo de Debates: Experiência em Assessoria Jurídica Popular - Texto Informativo 22/05/2014

Texto Informativo:

Ciclo de Debates: Experiência em Assessoria Jurídica Popular


Mais uma manhã de muito debate e troca de experiências, em que todos os nossos sentidos foram explorados pelo facilitador professor Allan Hahnemann para que pudéssemos nos interessar pelo tema - Experiência em Assessoria Jurídica Popular – e compreender o quanto esse ramo jurídico pode servir como emancipação social de diversos grupos vulneráveis e também das classes espoliadas, bem como aplicar um Direito Insurgente e revolucionário, que atue contra as injustiças do sistema capitalista.
O professor
Allan usou a metodologia do teatro do oprimido, vindo da teoria de Paulo Freire sobre educação popular, para nos mostrar questões pertinentes ao âmbito jurídico. Demonstrou, com a participação de todos que estavam presentes, a importância de desatar os "nós’’ do Sistema Judiciário, que muitas vezes se mostra corrupto e extremamente pautado nos ideais burgueses, agindo de modo opressor, racista, machista, homofóbico e etc.
Houve também uma reflexão, através de uma atividade do teatro do oprimido, sobre as relações de poder na sociedade, principalmente nas relações entre poder jurídico e população civil, em que o advogado exerce sob seu cliente uma espécie de hipnose, fazendo disso uma relação unilateral e indialogável, o que acaba prejudicando na resolução das demandas e cava cada vez mais o abismo que há entre poder e população. É importante que o advogado e advogada popular rompa com esse paradigma, dialogando com seu cliente e fazendo dessa relação horizontal, de modo que as demandas populares sejam de fato ouvidas e resolvidas.
Além da assistência propriamente jurídica, a AJP tem como papel fundamentalíssimo atrelar a demanda jurídica com a política, buscando o empoderamento dos grupos vulneráveis e espoliados, bem como levar pra dentro do caso, a análise crítica social, de modo que os clientes entendam porque são oprimidos e como devem fazer oposição aos seus tiranos, contribuindo para a emancipação social desses cidadãos e cidadãs. Ou seja, esse trabalho é também uma forma de repensar e questionar o sistema em que vivemos, assim enxergar a política através do Direito e o Direito através da política, que revelada no cotidiano da luta social é a relação que dá sentido a práxis jurídica.
Trata-se de usar taticamente os ordenamentos jurídicos em prol da justiça social, para que o Direito transcenda e assegure os direitos de todos os cidadãos e cidadãs, ao lado dos movimentos sociais e daqueles e daquelas que são espoliados pelo sistema política em que vivemos. O Ciclo de Debates dessa quinta-feira, no fez pensar e compreender o caminho pela erradicação da marginalização e das desigualdades sociais. Enfim, a luta pela justiça social.

Por Mariana Gullo
(Graduanda de Direito na UFG, militante do Coletivo Feminista Geni)



segunda-feira, 19 de maio de 2014

Turma de Direito do PRONERA - UFPR



TURMA DE DIREITO DO PRONERA – UFPR

A Universidade Federal do Paraná (UFPR) aprovou a criação de uma Turma de Direito para beneficiários do PRONERA, para 60 estudantes.

A previsão é de que as aulas comecem em março de 2015, em Curitiba, Paraná. Os estudantes da Turma de Direito do Pronera terão, durante os cinco anos em que estiverem na Faculdade, uma bolsa mensal de R$ 400,00, além de terem custeadas as suas passagens para Curitiba. Além disso, poderão receber auxílio moradia, alimentação e permanência da UFPR.

O processo seletivo para essa Turma será a partir da nota no ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio). Assim, os interessados em participar da turma devem se inscrever no ENEM/2014.

As inscrições para o ENEM ocorrerão, provavelmente, de 12 a 25 de maio!

A inscrição no ENEM deve ser feita no site oficial:
http://enem.inep.gov.br/. Durante o registro, o candidato deve informar o número do CPF, número do documento de identidade (RG), endereço de e-mail, situação de eventual necessidade de atendimento especial (pessoas com deficiência), objetivo de obter o certificado de conclusão do ensino médio do ENEM 2014, cidade em que deseja fazer a prova, idioma para questões de língua estrangeira.

 A prova do ENEM, em geral, é realizada no início de novembro.

Depois de realizada a prova do ENEM, a UFPR abrirá um edital em que os interessados em participar da turma deverão informar seus dados pessoais, número de inscrição no ENEM, documento do INCRA que comprove que é beneficiário do PRONERA (beneficiário da reforma agrária, remanescente de quilombo) e demais documentos que serão informados.

A partir disso, serão selecionados os 60 estudantes que tiverem a melhor nota no ENEM, para que façam parte da Turma de Direito do PRONERA da UFPR.

 Pedimos para aqueles que fizerem a inscrição enviem um e-mail para pronera.ufpr@gmail.com, para que possamos entrar em contato para dar maiores informações sobre o processo seletivo.

 No email devem constar: 01 – Nome completo do inscrito; 02 – Número da inscrição no ENEM; 03 – Estado e Cidade do inscrito; 04 – Assentamento, Acampamento ou Comunidade em que vive; 05 – Organização que pertence; 06 – Telefone de contato do inscrito e contato da organização que indicou.

Atenciosamente.

Link da notícia: http://www.ufpr.br/portalufpr/noticias/ufpr-e-incra-criam-turma-especial-de-direito-para-assentados-e-quilombolas/

Ciclo de Debates sobre Questão Agrária e Extensão Universitária


A equipe da Pós-graduação em Direitos Sociais do Campo convida toda a comunidade para participar do Ciclo de Debates sobre Questão Agrária e Extensão Universitária, no dia 22 de maio de 2014 às 10:00 h com o tema: Experiências em Assessoria Jurídica Popular. 

Venha debater e construir com a gente!! 

Ciclo de Debates sobre Questão Agrária e Extensão Universitária





Convidamos a todos e todas a participarem do nosso Ciclo de Debates sobre Questão Agrária e Universidade. Nessa quinta-feira, dia 22, contaremos com a presença do Professor Me. e advogado Allan Hahnemann, que compartilhará suas Experiências em Assessoria Jurídica Popular na nossa roda de conversa.

"A pessoa conscientizada tem uma compreensão diferente da história e de seu papel. Recusa acomodar-se, mobiliza-se e organiza-se para mudar o mundo." (Paulo Freire)

Convite


Poema: Campesino



Campesino

"Ter as mãos calejadas
do cabo das ferramentas,
Sentir o sol escaldante
e o aço das tormentas,
Regar com meu próprio sangue
a saúde das lavouras,
garantir com meu suor,
grandes safras duradouras,
Obter da terra virgem
total fertilidade,
meu calor, minha coragem,
tragando a tempestade,
assim é que me coloco,
sou poeta, sou posseiro,
neste mundo desafeto,
deste solo brasileiro.
Guerreando o granizo
e o fogo das sanções,
enfrento na minha enxada
a ganância dos patrões.
Ergo alto minha viola,
a trombeta da vitória,
executo minha toada,
construindo nossa história.
E se preciso for,
empenho meu coração,
como quem faz amor,
enfrento a exploração.
Sou triste, mas tenho fé,
sou louco, mas muito forte,
temente da natureza,
mas cúmplice até da morte.
Em busca da nossa terra,
nos solos do meu País,
a minha viola berra,
vitória sobre os fuzis.
Meu pé descalço chuta
outros pés imperiais,
nos hinos da nossa luta,
habitam versos fatais,
E quem duvidar se atreva,
que entre nesta batalha,
Conosco a natureza,
e terra para quem nela trabalha.
Assim é que me atiro,
neste mundo conturbado,
Sou pobre, porém posseiro,
homem determinado.
disposto, pela justiça,
a morrer pelo cerrado,
pedaço do meu Araguaia,
não mais deixo ser grilado.
A terra só se contenta
em braços que dão amor,
aonde ela se integra
às metas do Criador."

Por Júnior Longo
Poeta do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - 1982

Poema: Oração do Milho




Oração do Milho


"Sou a planta humilde dos quintais pequenos e das lavouras pobres.
Meu grão, perdido por acaso, nasce e cresce na terra descuidada. Ponho folhas e haste e se me ajudares Senhor, mesmo planta de acaso, solitária, dou espigas e devolvo em muitos grãos, o grão perdido inicial, salvo por milagre, que a terra fecundou.
Sou a planta primária da lavoura.
Não me pertence a hierarquia tradicional do trigo. E de mim, não se faz o pão alvo, universal.
O Justo não me consagrou Pão da Vida, nem lugar me foi dado nos altares.
Sou apenas o alimento forte e substancial dos que trabalham a terra, onde não vinga o trigo nobre.
Sou de origem obscura e de ascendência pobre. Alimento de rústicos e animais do jugo.
Fui o angu pesado e constante do escravo na exaustão do eito.
Sou a broa grosseira e modesta do pequeno sitiante. Sou a farinha econômica do proletário.
Sou a polenta do imigrante e a miga dos que começam a vida em terra estranha.
Sou apenas a fartura generosa e despreocupada dos paióis.
Sou o cocho abastecido donde rumina o gado
Sou o canto festivo dos galos na glória do dia que amanhece.
Sou o carcarejo alegre das poedeiras à volta dos seus ninhos.
Sou a pobreza vegetal, agradecida a Vós, Senhor, que me fizeste necessária e humilde
SOU O MILHO

(Cora Coralina)