A historiografia é cristalina ao afirmar que processo de colonização brasileiro e
consequente formatação de nosso espaço agrário fora um modelo pensado e
executado, desde os primórdios, para a mera exploração da terra e dos trabalhadores/possuidores originários.
O grande problema é que após 191
anos da superação do nosso “status” de colônia, continuamos observando que este
processo de exploração se modifica e se adequa as necessidades do capital, o
que só intensifica a perpetuação de injustiças historicamente construídas neste
espaço: Um cenário de marginalização das comunidades tradicionais do campo, que
não caem bem nas aspirações do agronegócio/capitalismo verde.
A experiência da Turma Evandro Lins
e Silva, concluída em agosto de 2012, impôs ao Campus da Cidade de Goiás em conjunto
com os Movimentos Sociais do Campo, o duplo desafio de pensar a continuidade da
formação jurídica aos beneficiários da Reforma Agrária e Agricultura Familiar,
no sentido de fortalecer as relações entre assistência técnica jurídica,
educação do campo e desenvolvimento, no âmbito das ações do PRONERA e também da
educação jurídica.
Duplo desafio, porque de um lado a
universidade precisa refletir sobre o modelo de educação superior que
desenvolve e estimula, e de outro, porque precisa buscar caminhos para superar
os limites identificados na formação acadêmica tradicional, em especial, nas
ações de pesquisa e extensão sobre o mundo rural.
É neste contexto que a pós-graduação
lato sensu em Direitos Sociais do Campo - Residência Agrária, que conta com 53 pesquisadores bolsistas
de 14 estados brasileiros, 11 monitores e mais de 20 professores-orientadores
de diversas Universidades do país, orientados pelos princípios basilares do
PRONERA, objetiva continuar este esforço de reflexão e ação iniciado com a
Turma Evandro Lins e Silva. Tendo como um dos objetivos precípuos: a extensão
rural através de várias ações realizadas em comunidades do país inteiro, uma
vez que todos os pesquisadores da Pós-Graduação devem necessariamente ter ação
extensionista em sua comunidade de origem.